terça-feira, 30 de setembro de 2008

Pausa para pensar; redefenir objectivos ...

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Manel Cruz

se tens de ouvir tens de o fazer
e o mundo diz tu tens de mudar
só não lavou as tuas mãos
mas tens as mãos do mundo para lavar
afasta-te um pouco mais
e dorme em paz que tu não tens
de dar o teu sorriso assim
esgotando o teu juízo assim
tu não tens de mudar
quem te quer mudar
não te quer conhecer
tu não tens de o fazer
eu não tenho nada meu
pois tudo o que era bom
foi na corrente do ter
e agora dei-me um dia
para ser feliz
para ver que eu nunca vou ter
o mundo na minha mão
não tenhas pena de mim agora
meus dias já não são de ouro
dantes sim, existia um problema
agora todos nós somos actores de cinema
e escondemo-nos bem
dos olhos que o mundo tem
e toda a gente nos vê
só não nos ouve ninguém
tu não tens de ver
tu não tens sequer de amar
tu só vais achar que vês
quando ao sabor da tua lei
o amor fizer de ti seu rei
para sempre

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Tenho mais pena dos que sonham o provável, o legítimo e o próximo, do que dos que devaneiam sobre o longínquo e o estranho. Os que sonham grandemente, ou são doidos e acreditam no que sonham e são felizes, ou são devaneadores simples, para quem o devaneio é uma música da alma, que os embala sem lhes dizer nada. Mas o que sonha o possível tem a possibilidade real da verdadeira desilusão. Não me pode pesar muito o ter deixado de ser imperador romano, mas pode doer-me o nunca ter sequer falado à costureira que, cerca da nove horas, volta sempre a esquina da direita. O sonho que nos promete o impossível já nisso nos priva dele, mas o sonho que nos promete o possível intromete-se com a própria vida e delega nela a sua solução. Um vive exclusivo e independente; o outro submisso das contingências do que acontece.

Fernando Pessoa, 'O Livro do Desassossego'
"Oh! meu amigo
não penses que a poesia
é só a caligrafia num perfeito alinhamento
as rimas são, assim como o coração
em que cada pulsação nos recorda sofrimento
e nos meus versos pode não haver medida
mas o que há sempre, são coisas da própria vida"

domingo, 24 de agosto de 2008

Eles andam aí....

Em todo o mundo vão surgindo movimentos de libertação de gnomos de jardim!!!!!

Murphy vivia num jardim de Gloucester, quando foi sequestrado por anónimos para fazer a viagem da sua vida. Sete meses depois foi devolvido à sua dona, uma reformada inglesa que tinha ficado em pânico com a falta do seu colorido e imóvel gnomo. Para além do boneco foi dado à inglesa um álbum de fotografias por onde o gnomo passeou: o gnomo a escalar as montanhas nevadas da Nova Zelândia, em oração nos templos do Camboja e a nadar nas águas cristalinas da Tailândia: também apareceu retratado em paisagens da Austrália, Nova Zelândia, África do Sul e Suiça, entre outros países. Muito viajou este gnomo =)
Mas este acto aparentemente vandalo tinha uma justificação que os raptadores prontamente a deram num bilhete que acompanhava o gnomo de volta a casa: " Cheguei à conclusão de que o mundo é um lugar grande e há mais na vida para ver do que carros a passar, ou deixar que os gatos vagabundos urinem em cima de mim. Houve aspectos positivos, pontos negativos e outros absulutamente assustadores. Mas a verdade é que eu sobrevivi"

Irreal no mínimo. Mas a verdade é que um dos núcleos mais activos, o francês FLNJ, de Front de Libération des Nains de Jardin, na sua última operação, em Sarrebourg, sequestraram 20 gnomos!!!!!

Aqui fica um comentário extra no nosso debate nocturno sobre quem irá governar o mundo; a terrivel batalha entre os gnomos e os chineses =)

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Saimos de uma porta para encontrar alguém na rua que se aproxima. Quando abrimos a boca o que sai é uma torrente de palavras das quais muitas não são pensadas mas depois de atravessar a próxima rua elas te martelam na cabeça. Afinal o que queria eu dizer com aquilo? Seria mesmo aquilo que estaria a pensar? hmmm... muitas vezes não.

Perde-se o tempo, perde-se a memória de muitas destas torrentes que nos passam quase sempre ao lado a não ser que a expressão de quem esteja a ouvi-las nos alerte para aquilo que acabamos de dizer. Afinal se não fosse o feedback do outro para que serviria aquela torrente de palavras?

Falamos sozinhos? Sim; todos nós os fazemos e muitas das vezes à procura, numa mente rica em conhecimento humano, qual a reacção que X, Y ou Z pessoa teria perante o nosso pensamento. Estamos à procura de reacções perante uma descoberta isolada das várias pessoas que nos rodeiam. Resulta? O ser humano surpreende-nos sempre :)

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

aqui tudo é tão novo tudo pode ser meu

Já é noite e o frio está em tudo o que se vê
lá fora ninguém sabe que por dentro há vazio
porque em todos há um espaço que por medo não se deu
onde a ilusão se esquece do que o medo não previu

Já é noite e o chão é mais terra para nascer
a água vai escorrendo entre as mãos a percorrer
todo o espaço entre a sombra entre o espaço que restou
para refazer a vida no que o medo não matou

Já é dia e a sombra está em tudo que se ve
lá fora ninguém sabe o que a luz pode fazer
porque a noite foi tão fria que não soube acordar
a noite foi tão dura e difícil de sarar